sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Síntese do livro prometido ( com direito a música...)


E agora essa nova proposta de velho amor que não rola...
Pedaços de vidros e porcelana que nunca haverão de colar.
E agora, essa querencia de transformar inverno em verão 
Fora de hora , de estação - Fortaleza sem certeza.
Olhai bem para rosto do outono e aceita o tronco ( é muito)
Presta bem atenção quão lentamente as folhas se vão
Rescisão de contrato batido, já envelhecido, no coração
Falta a assinatura tão difícil, ação tola ( não dói) Medo?
Agora vem tirar a limpo o que é de bonito- Ela! Não mais....
E na vibe do destino , pra onde a cabeça alcança , o sonho antigo balança
Pintura do que é bonito de fato, só nas telas que jamais veria 
Quiçá um dia permitisse ,  bobagem , não iria entender -  bagagem.
Tola intenção de poder, de querer.Já foi TUDO esquecido.
Seguir o caminho que se mostra, não olhar pro lado, nem pra trás, proteção de graça!
Garante-se que é bem menos sofrido.Segue que te anestesio de dor que passei , meu rapaz!
Com ou sem sorriso?  Lembra a pergunta que se fazia...
No cardápio que de tão bom grado, oferecia, nos dias iluminados, de amor declarado. 
Enfim aprendeu dançar sozinha - Los Chicos - e sorrindo, a cada passo traçado.
A ferro e fogo, decorado...



segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Não me conformo em nunca ter ouvido falar de Nice Firmeza e seu fiel companheiro e também artista, Estrigas.Obrigada , Zah! Meus sinceros agradecimentos ao Dr. Gilmar, amigo do meu querido Zah, por nos enriquecer mais e mais com suas pesquisas.


UM TRÍPTICO PARA NICE FIRMEZA

O PONTO DO BORDADO


Tudo começou no Patronato do Aracati. A menina Maria deu um jeito de driblar a vigilância da mãe e se inscrever no curso de bordado. Era a semente de uma rebeldia que levaria pela vida afora, de uma inquietação que a encaminharia para a arte.
O bordado era a possibilidade de dar forma, de maneira lúdica, a um mundo de agulhas,dedais, bastidores, linhas de todas as cores, de aprender os pontos e de inventar outros. Pode ser visto como brincadeira e campo de batalha, onde se desenvolveria uma luta entre criação e cópia, liberdade e disciplina, invenção e risco (s).
Nice saiu da escola. A mãe descobriu a “malinação”, mas o bordado se incorporou à sua vida como exercício de liberdade. Ele se insinuou  e foi ganhando espaço, debaixo das mangueiras, do sítio do Mondubim.
Coerente, ela sempre estimulou a invenção e só, a contragosto, rabiscava alguns desenhos para serem bordados. Ela queria mesmo ver eram aqueles bordados tremulando nos corpos e aqueles alunos usando linhas, texturas, e matizados, ramos e flores, símiles da natureza que, no nosso caso, é sonho a se concretizar na laçada.
Com o tempo, as blusas bordadas pela Nice ganharam "status" de grife. E logo se formaram grupos de alunas e aluno (Francisco Sousa) que se reunia às quintas, no espaço da Evelucia, na Aldeota, e aos sábados no sítio. O bordado tornou-se um estilo, formou escola e ultrapassou a mera habilidade para ganhar o estatuto de arte, nestes tempos de incômodo com o que é feito em série, com o que nem sempre pode sofrer a interferência de uma customização.
O bordado de Nice tem a mesma estatura dos “parangolés”, arte para ser usada, com os quais Hélio Oiticica envolvia passistas da Mangueira, para suas performances.Pode ser pensado como algo digno para se vestir e se estar diante de Deus, como os mantos de Artur Bispo do Rosário.
Dialoga com os bordados de Leonilson, na fase em que o artista expressava poesia e angústia, por meio das linhas, numa grafia minimalista e contundente. As roupas da Nice fazem contraponto com as de Louise Bourgeois, expostas como esculturas.


A grandeza dos bordados da Nice ainda está por ser avaliada e reconhecida. Relembro a mostra que incluía algumas peças, na galeria Vicente Leite, da FA7, e a emoção de ver blusas sendo usadas, ganhando outros sentidos, na medida em que os corpos se agitavam e as composições saiam do estático das gavetas para se misturarem à vida, ao suor, como uma linguagem expressiva. Essas blusas são ousadas, porque não são datadas, extrapolam as limitações do mercado e instauram uma primavera atemporal.
O bordado de Nice não é artesanato, assume a categoria da expressão artística “antenada” com a contemporaneidade. Isso dá a dimensão de sua importância.


A ALQUIMIA DA COZINHA


Os doces entraram na vida da Nice, de forma mais efetiva, com o casamento com Estrigas, e a mudança para o sítio do Mondubim, na companhia da sogra, dona Bárbara.
Vieram para fazer com que as frutas não se estragassem e pudessem ser consumidas por mais tempo. Essa ideia de evitar desperdícios é um traço comum às culturas. No Mondubim, as frutas eram a matéria prima para essa alquimia.
Os doces servidos aos que visitavam o Mini-Museu, variados e inusitados,eram servidos aos poucos, mostrando a diversidade e indicando os frutos daquela estação.
Os pratinhos, lindos e atraentes, buscavam conseguir uma simetria, em meio a pontos e texturas diferenciadas. A recomendação, ao que estava sendo iniciado naquele ritual, de misturar, ousar, fazer as combinações mais inusitadas, levava a que usassem a mesa com a mesma liberdade com que Nice, e a escudeira Dona Anita, pilotavam os fogões da cozinha.
Assim, tínhamos o doce de coco verde, o de leite (ambrosia), o de caju em massa, o de caju inteiro, de goiabas, de bananas, e casca de laranja da terra, de siriguela (muios pensavam, que se tratava de ameixa), de melancia e de estrelas de carambolas. Dava dó começar a comer, de tão delicada a arrumação, mas o desafio para a obtenção de novos sabores deveria ser seguido à risca.
Um acepipe feito em dias especiais ocupava mais tempo, dava mais trabalho e mais prazer: o pé de moleque.O ritual se iniciava,alguns dias antes dele ser servido, com a ida da Nice ao Mercado São Sebastião, onde comprava massa puba, castanha de caju, rapadura preta, erva-doce, gengibre.
A volta à casa era uma festa, com as providências que antecipavam a delícia que misturava tradição indígena com herança africana. A carimã, colocada num saco de tecido, seria lavada incontáveis vezes, a castanha triturada, e a rapadura derretida se transformaria em mel. O leite de coco seria extraído no calor da hora.
Um segredo era não preparar o bolo no dia em que seria servido, mas na véspera. Dava muito trabalho misturar aquilo tudo na bacia, verificar se tudo estava no ponto. Nice sabia a receita de oitiva, no olho, sem cadernos e sem balanças, pela experiência de quem fazia o pé de moleque poucas vezes ao ano, mas com atenção redobrada.
Mexido à mão, ia para o tabuleiro, forrado com palha de bananeira, guarnecido pelas castanhas inteiras de caju, e para o forno já quente, inundando a cozinha com aquele cheiro inconfundível, um dos índices para se ter ideia se quando se iniciava o cozimento, ou quando deveria ser posto para assar. 
A experiência de tê-lo comido é única. Não era um bolo, era o pé de moleque da Nice, com a excelência de tudo o que ela tocava e fazia. Um patrimônio “imaterial” (?) do povo cearense.


O LEGADO

As narrativas da Nice, debaixo das mangueiras, no sítio do Mondubim, insistiam na direção da criação. Em relação à arte, a cópia sempre lhe provocou um grande mal-estar. Foi assim que ela começou a desafiar as freiras do Aracati, nas aulas de artes, quando recusava o modelo e fazia sua tradução livre. A semente da rebeldia seria a primeira marca da artista.
Ela foi desaconselhada a desenhar ou a pintar e até castigada pela transgressão. Veio a adolescência, a visita de um pintor de Fortaleza, e a tela que mostrava a torre da Igreja do Bonfim, um trecho do Jaguaribe e do casario de Aracati. Pode-se pensar nessa tela (acervo Oswaldo e Angela Gutierrez) como o marco inaugural de sua trajetória.
Vieram marinhas de Canoa Quebrada, dunas da Majorlândia e Nice logo veio estudar em Fortaleza. Aqui, se envolveu com o pessoal da Sociedade Cearense das Artes Plásticas (SCAP), no início dos anos 1950. Teve aulas, participou dos ateliês coletivos e fez parte das excursões à periferia da cidade (Montese) e às praias (Poço da Draga), em companhia de outros artistas, para essa aventura de tentar captar nossa luz.
A ligação com Estrigas foi fundamental nesse processo. Jovem artista, Nilo de Brito Firmeza, seria o companheiro da vida inteira, o interlocutor, com quem podia ler em conjunto, discutir os rumos do que cada um faria, mantendo a personalidade, sem interferências de qualquer ordem (clonagens, pastiches, diluições) no trabalho do outro.
Nice foi construindo sua trajetória. Ela é uma figura importante na história das artes plásticas cearenses do século XX. Pode-se falar de seu pioneirismo (dividido com Heloysa Juaçaba) e de sua contribuição, no que se refere à questão de gênero, em um tempo em que caberia às mulheres tarefas pouco criativas neste campo das artes.
Nice transgrediu, foi à luta e deixou suas marcas. Pode-se falar não na incorporação de um clichê, mas da materialização do feminino, na sua série das crianças, um dos temas mais recorrentes de sua obra. "Máscaras da Infância", título de uma de suas exposições (Galeria Alliance Française, São Paulo, 1993), mostra áreas de sombra, de dor e de angústia, na ruptura do estereótipo prevalecente da infância idílica.
Nice construiu uma obra, com coerência e densidade.Fez óleo, guache sobre papel, acrílica sobre tela. Sua pintura nunca foi decorativa, trazia as marcas de uma artista que sofreu, soube traduzir o que viveu e tentou recriar o mundo.

Levou a experiência do bordado para as mandalas, exercício geométrico e poético, como um mantra visual. Interferiu em um catálogo do Mini-Museu. Manteve até o fim a inquietude, uma das marcas do artista e também a possibilidade do devaneio. Sempre saberemos reconhecer um trabalho da Nice, não apenas pela assinatura, mas pela vida que impregnou tudo o que ela fez, com determinação, disciplina e a garra dos que se entregam, por inteiro, às escolhas feitas.
Fecha-se o verbete Nice Firmeza e abre-se a chance de uma fruição sem limites. Em tempos de perplexidade, quebra dos paradigmas, e pouco barulho por nada, importa avaliar o legado de Nice Firmeza e agradecer tudo o que ela nos deixou, marcas de arte e traços de luz.

Foto: Diário do Nordeste


Gilmar Carvalho 
Especial para o Caderno 3


Gilmar de Carvalho é  advogado e jornalista e doutor em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 1998.Pesquisador apaixonado por cultura popular, tem grande importância no cenário literário e  cultural brasileiro. 
Começou como ficcionista (Pluralia Tantum, 1973) e teve peças de teatro encenadas (Orixás do Ceará). Cearense de Sobral, largou a ficção em  Tem vários livros publicados , entre eles : Autor de Publicidade em Cordel (São Paulo: Maltese, 1994);Madeira Matriz (São Paulo: Annablume, 1999); Patativa do Assaré (Fortaleza: FDR, 2000); Patativa Poeta Pássaro do Assaré (Fortaleza: Omni, 2002), Desenho Gráfico Popular (São Paulo: IEB/USP, 2000); dentre outros trabalhos acadêmicos. Tem artigos publicados em revistas do Brasil e do exterior. Como ficcionista, publicouPluralia Tantum (Fortaleza: Grecel, 1973); Parabelum (Fortaleza: Greel, 1977);Queima de Arquivo (Fortaleza: Secult, 1983); Resto de Munição (Fortaleza: Secult, 1984); Buick Frenesi (Fortaleza: Secult, 1985); e Pequenas Histórias de Crueldade(Fortaleza: Secult, 1987),entre outros. Deixa a ficção em 1987 e parte para edições com ampla pesquisa de cunho nordestino.Apaixonado pela cultura regionalista , nunca deixou de lado a preocupação com o contexto histórico-político-social do Brasil.

Autor prolífico, Gilmar de Carvalho ficou mais conhecido por sua não-ficção "Parabélum" que é a publicação mais famosa de sua fase literária. Em 2011, faz o relançamento .Precisava recuperar sua obra mais preciosa. Conta que ao procurar o livro, não encontrara mais nem em sebos e desejava muito que outras pessoas tivessem acesso ao livro. Como nota do escritor paulista João Silvério Trevisan na apresentação, o título reproduz a pistola de Lampião, uma parabelum 97. A inscrição vem de um provérbio latino: si vis pacem, para bellum (“se queres a paz, prepara a guerra”). Nas mãos de Gilmar, a arma não destrói. Lançando agora, apenas constrói. . 
Incansável pesquisador , lança agora seu mais recente trabalho:  "A lira do poeta Expedito" dedicado ao poeta Expedito Sebastião da Silva, ele mesmo um tipografo, responsável pela casa São Francisco que imprimiu, dentre outros autores, o canônico Patativa do Assaré.

Fontes: 
Diário do Nordeste; armazemcultura.com; www.onordeste.com ; martinsfontespaulista.com






segunda-feira, 29 de julho de 2013

Mais um conto que conto meio de canto....


Ela lembra que quando aos 4 anos , pulou de um sofá pra outra poltrona e acertou a rosto , na altura do canto olho esquerdo, na quina da tv da sala, em Anápolis -GO. O sangue jorrou e a dor ....dá pra lembrar ainda.
 No momento , o primeiro sentimento foi de desespero mas em seguida , ouviu o pai falar , tranquilamente para a  mãe, enquanto caminhava calmamente  em sua direção para socorre-lá:  " Olha, nossa artista entrou pelo cano outra vez! "
Assustada e já no colo do pai , com a mão no corte , tentava não chorar e ouvi-lo: " Bateu feio , mocinha, pega um ponto aí! Você escolhe a marca ou o ponto, que não vai lhe deixar marcas? "  Claaaro que ela escolheu a marca....
Anos mais tarde , uma faca amolada em uma brincadeira boba, quase tirou o dedo anelar da mão direita  e levou embora, por um breve tempo , a sensação tátil , o toque, ao acertar possivelmente o nervo ulnar.
Voltando ao momento do sinistro, novamente  , engole o choro - já é moça feita, tem doze anos e liga para o pai, que sai do gabinete e vem em seu socorro e da mãe, que estava completamente desesperada diante de tanto sangue. Em uma atitude maluca de acalmar a mãe , enfiou a mão na bacia que claro, piorou tudo, então ,  enrolou o dedo sem controle motor em uma faixa de pano qualquer. 
O amiguinho que brincava com faca, sem intenção nenhuma de machucar, batizado com nome de importante compositor clássico austríaco, as essas alturas assustado, já se fazia longe, escondido sabe-se lá onde..... No calor da situação, nem o próprio Mozart salvaria.
Ao chegar no hospital, a parte mais difícil - retirar a faixa que grudara no dedo....e novamente a pergunta, quase nove anos depois: " Você tem duas opções : ponto ou marca! Só que um nervo do seu dedo fora atingido e sem uma intervenção ,  poderá não recuperar , talvez, o movimento completo desse dedo...
Pesou rapidamente enquanto o sangue jorrava e decidiu mais mais uma vez, pela marca....Parecia conviver bem com essa coisa de tomar suas própria decisões no limite, sobre pressão. O segredo: a calma do pai. A tranquilidade diante das adversidade . Afinal, era sua primogênita amada , sangrando ali. Os dois , numa troca de amor e cuidado , buscavam a todo custo, não apavorar o outro. Ela não chorava e ele não se apavorava.Estava criada ali, uma regra de cumplicidade simples, para que se sofresse menos.
Dois anos se passaram  e numa viagem imprudente, questionada pela mãe, prontamente concedida pelo pai , para um terreno da família, no meio do mato, com cachoeiras lindíssimas e muitos amigos a bordo de uma D-10 azul, recebe seu novo estranho presente, logo na entrada  - um tiro de espingarda de chumbinho também no braço direito, na altura do cotovelo e mais uma vez , põe em risco o nervo anteriormente descrito - o chumbo se alojou entre o nervo e o osso, área irrigada demais para arriscar uma retirada e pela terceira vez a pergunta-  A cirurgia ou a marca? Mas dessa vez, até o colega medico do pai , optou pela marca, pois a cirurgia seria delicada . O chumbo agora era hospede de seu braço direito. Bom- uma vida a mais de um passarinho , preservada (assim pensou).

Anos se passaram e mais uma vez ela se vê diante de uma situação parecida só que bem engraçada.
Um homem travestido de Jack Sparrow , durante uma viagem com a família ,num  Morro paradisíaco longe de tudo, onde só se chega de lancha ou barco,  se oferece para tirar uma foto temática por 5 reais.
Sabendo da paixão do filho pelo personagem , aceita de imediato. E tamanha foi a surpresa , enquanto  o marido posicionava a câmera e o filho a outra , ao perceber  que "pirata" desembanhara uma espada e ela não era de plástico, levando-a direto a seu pescoço e pressionando levemente. Lembra-se apenas de murmurar baixo para o artista de rua e colega de profissão: " Cara, essa espada é verdade! " e ele , com segurança incomum, encosta rente ao pescoço dela e diz: " Relaxa! Olha pra máquina!"   E  só!     Dez fotos ou mais foram tiradas  e depois de uma certa tontura, o artista preocupado , falou perto: "Você precisa rever esse trauma. Está mais calma?" Claro que não!Procurava o dinheiro no bolso, tremendo toda. Ela não estava nada calma mas disfarçou legal para não estragar a noite de ninguém. Fora que o marido tinha um certo "pé atrás" com artistas de rua e jurava que a espada era tranquila , de brinquedo. Também não queria atrapalhar o trabalho do colega mas sugeriu que mudasse a espada. E a resposta veio de imediato: " espada de plástico? Não! É preciso sentir a adrenalina para que a foto saia perfeita! " Pouco tempo , umas duas ruas depois, novamente nos encontraram-se novamente e o filho quis a mesma foto que tirou minutos antes.......... Olhando  quase em desespero em seus olhos, depois para a espada, não queria estragar a fantasia do filho , ao mesmo tempo não denunciaria a espada- seu ganha pão (perigoso).  E foi então que, sorrindo, ele sacou uma um punhal de plástico e olhou pra ela com o mesmo olhar cínico e sinistro de Jack. ..
Mas não resistiu em dizer novamente:" você precisa relaxa mais.. As pessoas  sabem o que fazem! Precisa rever esse trauma seu..." 


 Rever esse trauma?????????? Ok! "Senta bem aqui, seu pirata! Quer ouvir uma historia  loooonga?"



Horas depois passamos em frente  ao local que dissera à família ser sua sede, seu forte, seu "barco".O  local bacana e bem decorado, ficava sozinho, aberto e sem qualquer segurança e no entanto , tudo estava lá. Todos entravam, olhavam.Nenhuma taxa era cobrada, ninguém mexia em nada, não tiravam nada do lugar.


Ao despedi-se da ilha ,  lembrava de ter pensado com muito bom humor: "Relaxado até demais pro meu gosto..."


Mundos, cidades, culturas e criaturas diferentes. E cada um com sua fé! Ao deitar naquele dia, novamente tremeu só de imaginar aquela espada.
 A foto? Todo mundo olha. Já ela........não mesmo! Neeem!

Uma lição? Não...Uma passagem...Dividindo com vocês, apenas. Um conto, que conto meio de canto...





segunda-feira, 24 de junho de 2013

É perfeita! Perfeita...Escute ( e leia ) Tente não chorar até o fim.Eu não consigo...



O AMOR DOS OUTROS - Validuaté

"Até parece
Ainda ontem eu quis mentir pra mim
Fingir que eu eu era outro e que aceitei o fim
Mas o meu próprio espelho me mostrou o contrário
Ninguém esquece assim tão fácil das lições de um grande amor
A vida muda e o universo fica a seu favor
E toda eternidade é um segundo
Mas hoje o que me restam são os velhos retratos
Que adormecem pelas caixas de sapato
e só despertam pra me fazer lembrar que mais uma vez....
Eu vou jantar sozinho 
e feito quem espera alguém que nunca está a caminho
Aproveito e ligo o rádio para ouvir baixinho 
canções que falam do amor dos outros... 
Sentir saudades de dançar , bem devagar 
e sentir o seu perfume ficar em mim
Vou sair mesmo com o tempo ruim
Alguém nessa cidade deve me compreender"

                                           Validuaté


https://soundcloud.com/validuat-teresina/o-amor-dos-outros-validuat


Feito amor de São João

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer
seu coração parar de funcionar por alguns segundos,
preste atenção: pode ser a pessoa
mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento,
houver o mesmo brilho intenso entre eles,
fique alerta: pode ser a pessoa que você está
esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo
for apaixonante, e os olhos se encherem
d'água neste momento, perceba:
existe algo mágico entre vocês.

Se o 1º e o último pensamento do seu dia
for essa pessoa, se a vontade de ficar
juntos chegar a apertar o coração, agradeça:
Algo do céu te mandou
um presente divino : O AMOR.

Se um dia tiverem que pedir perdão um
ao outro por algum motivo e, em troca,
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos
e os gestos valerem mais que mil palavras,
entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste,
se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa
sofrer o seu sofrimento, chorar as suas
lágrimas e enxugá-las com ternura, que
coisa maravilhosa: você poderá contar
com ela em qualquer momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir
o cheiro da pessoa como
se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda,
mesmo ela estando de pijamas velhos,
chinelos de dedo e cabelos emaranhados...


Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

Se você não consegue imaginar, de maneira
nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a outra
envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção
que vai continuar sendo louco por ela...

Se você preferir fechar os olhos, antes de ver
a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes
na vida poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.

Às vezes encontram e, por não prestarem atenção
nesses sinais, deixam o amor passar,
sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais.
Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem
cego para a melhor coisa da vida: o AMOR !!"
 

                                                     Drummond

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Companhia

Ah... solidão que chega
Ah...solidão que chora
Estado estrago no peito
Solidão que me devora
Ah...solidão quer ser morada
Ah...solidão quer se apossar de mim
Ah...solidão que ser abrigo
Não quero morar contigo
Não a quero para mim


Ah...solidão -castigo
Ah...solidão que as vezes é abrigo
Na confusão dos dias
De vez em quando te quero
Me escondo, desapareço e espero

Ah...solidão nos sinos triste
No meu acordar também insiste
Ô solidão que faz morada
Não quer viver separada

Se a solidão leva a loucura
Por que não me trás essa cura
Se todo louco é tão feliz
Por quê permaneço aprendiz

A solidão, noite fria
Quer me fazer companhia
Não há chances de lugar
Gritar? sequer ouvirias

Ah solidão me esquece
Vai noutro rumo, emudece
Deixa o conforto chegar
Deixa o direito de amar

Se não conseguir,  eu te chamo
Não adianta , te amo
Tu que de quem só reclamo
É companheira fiel

Ah... solidão tão antiga
Tão enrraigada - raiz
Tornou de vez companhia
Vai mais não , fica , amiga
Eu te concedo meu laço
Te envolver no abraço
O teu silencio basta
A quietude do "em mim" feliz
           



segunda-feira, 3 de junho de 2013

E um mito cai...


Por várias vezes ela o alertara sobre o cuidado no manejo com as taças e cristais. 
No caso nem de cristal era,  mas o vidro tão rude e por vezes mal feito,  também quebra. 
E quando quebra não há nada que repare os danos.
Dia após dia ( era mesmo todo dia ) ela o alertara ser de vidro
Desses mais grosseiros e potencialmente quebrável.
Mas ele a  julgava de aço...

Existe um dito, preterindo o  adágio, que  tem vários sinônimos e aqui nem cabe a um "senhor tão rico de importâncias" em uma linha sequer.
Então já peço perdão ao me curvar antes de proferir, parafrasear... Que  é meio crença  popular e  discorre sobre " o vidro" do vizinho quebra, mas  com o nosso nunca acontecerá. 
Que também fala de grama mais verde.................

Hoje vou brincar de música mais séria , porque se viva estivesse , certamente me identificaria....

"Onde um dia houve paixão, se tudo mudou, ainda faltava ver o teu mito cair dentro de  mim..."                                                                                                                               

E a taça fuleira quebrou de vez.......................................

Mas taça fuleira se acha barato em qualquer lugar. Fácil substituir......
Taça fuleira é coisa de prateleira  parada - empoeirada!



terça-feira, 28 de maio de 2013

Dos filmes, livros e memórias - inspirações, expirações...


Acordei com alegria estranha
A madrugada me trouxe surpresas - ousei sonhar
Estranho tanto e ao ponto de resgatar no ( não do) passado
O sentimento de euforia a tempos guardado
Tal saudade , posso afirmar
Mudou o rumo das primeiras horas , do acordar
Algumas coisas na memória esquecidas- jamais apagadas
Trouxeram a tona a mulher. 
Corri no espelho, olhei o cabelo, a pele , o olhar
Levei a mão ao peito e ao tornar a fitar o espelho
Era você refletido, bem ali , no meu lugar
Levei a mão ao rosto, já com água e confusão -aturdida
Lembrei de tanto , de uma vida, de cada ir e voltar
O coraçao já não carecia tocar.
O próprio espelho mostrava, sobre a cetim da camisola rendada
Um peito claro ( e intenso)  a pulsar.
Sonhei com você e quase pude te tocar , mas aí já era dia...
Maldita campainha, maldito celular! 








segunda-feira, 27 de maio de 2013

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pois...

                                                               Imagem internet

"Que lindos bordados não faria ela se não fossem os desgostos que a consomem."
                                                                   R.Magalhães Junior 
                                                                                 

                                                                                             

Barco de papel




Eu não preciso desse juiz e sua  metralhadora destrambelhada
Não está escrito na lei da vida , que nasci pra ser inquerida, machucada
Não preciso de corpo presente, quero vida viva e alegria, se puder- amor
Ninguém me obriga ( se eu não quiser) a viver longe da mulher QUE SOU, com e sem pudor
Ganhei corpo, cresci, aprendi a amar.Meus cabelos dançam e sabem segurar flor
Desejos.... sinto, hora aqui e ali, mas brigar....Prefiro AMAR!
Brigar é coisa de gente que cresceu sem esse poder ( e saber)
Não quero mais uma vida em CAIXA ALTA, sobressaltada ( assombrada)
E se ainda tiver direito de SER, quero amor silencioso, quero ver no olhar
Não preciso nem tocar, porque apredi que tocar é suicídio de amar
que nunca se sabe o que vem, o que esperar.........
Eu não preciso desse julgador, desse dedo sujo apontado pro meu peito
Preciso MESMO é de distancia, de sumir, de direito de ir e vir
Esperança........................................

Quem dera fosse agora um barco desses de papel

E um último desejo , se não fosse demais, pedir:
que correnteza qualquer me leve, pra qualquer lugar longe 
BEM LONGE daqui

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Falando através de musica séria ( no vácuo deixado não cabe o termo "brincar"...)


Ao menino Caio  

                     Pra suavisar o peso ( das correntes...)                                                      Foto: Flávia Calado

***

Saiu da cadeia sem um puto
Sol na cara monstruoso
Ele é da alma "trip" dos malucos
Belo, mas nunca vaidoso
Um dia comparado a mil anos
Saiu lendo o Evangelho
Vida e morte valem o mesmo tanto
Evolução do novo para o velho
Puxava seus cabelos desgrenhados
Vendo a vida assim fora da cela
Não quis ficar ali parado
Aguardando a sentinela
A vida parecia reticente
Sabia do futuro e do trabalho
Lembrou de sua mãe já falecida
Verdade era seu princípio falho
Pensando com rugas no rosto
Olhava a massa de cimento
A sensação da massa fresca
Transmitia às mãos o seu tormento
Trabalhava, ganhava quase nada
Fazendo frio ou calor
Difícil era quem aceitasse
Um cara que já matou
Se olhou como um assassino
No espelhinho da construção
O que viu foi sua cara de menino
Quando criança com seu irmão
Aonde anda seu irmão?
Em algum buraco pelo chão
Ou frequenta alguma igreja
Chamando a outros de irmãos
Sábios não ensinam mais
Refletiu sua sombra magra
Com o pouco que raciocina
Ele orava, ele orava
Mas o Cristo de madeira não lhe dizia nada
Mas o Cristo de madeira não lhe dizia nada
Mas o Cristo, brincadeira, não lhe dizia nada


                                 Ana Carolina

terça-feira, 23 de abril de 2013

Vocês estão na passagem...Licencinha????

E esses que ainda acham que devemos pedir permissões.....


- Desculpe a tinta nas mãos!"



segunda-feira, 22 de abril de 2013

Brincando de música séria ( parte -3)


É que " os desejos só acordam pra quem faz você sonhar..."

E se falava de amor e de corpo e de pouco restar. 
 Também se falava de estar louco e de horizonte a guiar.
E em falar desse louco, bradava profunda a voz de que em ser total, totalmente se entregar.
E qualquer coisa de enganar uma tal solidão....Ou seria coração? 




quarta-feira, 17 de abril de 2013

"No entanto teu olhar me acompanha e de tanto acompanhar, me assombra..." ( Brincando de música séria -3)



Compreender a marcha não significa sucumbir -  ao contrário -  libertar. SE . libertar...




Do proselitista republicano errante... Parece que não só o pobre Guesa mas muitos só sentirão os absurdos dos sadismos num futuro distante.





"Ouvi dizer já por duas vezes que o Guesa Errante será lido 50 anos depois ;entristeci- decepção de quem escreve 50 anos antes... "

sábado, 13 de abril de 2013

Cordeiro Filho




Encontrei muitas ilustrações bacanas do Artista Cordeiro Filho a venda aqui, que é meu cantinho preferido em São Luiz .Na próxima viajem , trago minha nova ilustração e posto aqui.

Quer ver um pouco Poeme-se por dentro? Meu filho adora esse lugar.
 Me perco nessa loja.  Desejo o avesso dos relógios...

Livros a perder de vista,em várias linguas,  café  e cds raríssimos


Na maioria , livros usados seguindo a rigor o caráter de sebo

 A escada da para o café no segundo andar ,segundo o moço que nos atendeu moço que me atendeu. Não cheguei a subir.....


Logo abaixo , ilustrações  do artista à venda no Poeme-se. Super!!!!!


E já faz um tempo...Não sabia/lembrava dessa foto, desses dias...


A cabeça da gente as vezes é meio doida e esquecemos de coisas bacanas que fizemos no passado. Procurando uma coisa naaaaada a ver, deparei comigo numa foto. E só foi preciso vê-la para relembrar o dia, o evento e muitas boas recordações.
Legal!!!

Simples assim...

Até bem pouco tempo ( e quando digo pouco tempo é um ano pra cá) não gostava da charmosa Ilha do Amor, a capital nordestina do reggae , aliás , não gosto muito de reggae.
Em março de 2012 me permiti enfim, abrir o coração pra cidade que tantas vezes neguei e deixei que meu povo fosse sem mim e rumava pra Fortaleza, Recife, Feira, Salvador, Aracaju , Maceió....
Poxa , cara...........perdi muito tempo e hoje sou completamente apaixonada por São Luis.
Quado uma das outras alternativas são ventiladas , eu - advogada da paixão e do mistério,e claro,  da arte, exponho de imediato custo/benefício, distância e qualquer coisa que me venha para que São Luis ganhe mais uma vez - a vez.
E assim tem sido: feriado qualquer - mochila nas costas, shorts  jeans, biquíni , livro , canga , família e uma  vontade de arte daquelas....

Vez ou outra não resistirei a tentação de postar alguma coisa sobre esse novo amor que já chamo aqui de segunda casa  minha.

Vamos visitar uns dois lugares, hoje? Vem....

Na  Ilha é fácil perceber em pouco tempo um crescimento na diversidade gastronômica  e economicamente voraz  da cidade.E  sendo  uma apaixonada por lugares aconchegantes e com astral bacana, adorei almoçar aqui.

Esse simpático cavalheiro indicou o local certo. 



Dom Francisco já me encantou pela plaquinha , convidando do lado de fora. Você caminha pra danar nessas ruas e depois de um sobe e desce de escadas, uma placa dessas convida ou não?


Obras do Artista Cordeiro se misturam ao personagem "Amigo da Onça" ( alguém lembra?)


Ao entrar,o mimo primeiro é para os olhos-   uma decoração sublime...Vontade de olhar todos os detalhes antes do rango. (Na boa, quando entro em um self service , seja onde for, vou direto aos rechauds).
Aqui não foi bem assim...Olha!




Decoração suave e acolhedora


 Algumas obras de artistas locais espalhadas , dividem espaço com ilustrações, pratos de porcelana e arandelas antigas.


A parte onde ficam os richauds foi reformada de modo a oferecer mais conforto e higiene ao cliente.Pelo menos foi assim que interpretei...


 Na entrada, onde ficam a maioria das mesas, o proprietário preservou a identidade típica de um antigo casario maranhense.


 Não imagino outra composição de mesas e cadeiras para o ambiente que nos remete às antigas tabernas.


A primeira vista ( do lado de fora) parece pequeno mas é amplo e confortável.


 Esse painel fica logo na entrada do restaurante fazendo fundo para o balcão.Azulejos pintados a mão
         

No detalhe, uma arandela destacando a coleção de ilustrações do artista maranhense Cordeiro Filho. Artista  que já caiu no meu encanto  por expressar de forma singular o cotidiano do povo maranhense.


E falando em Cordeiro Filho......