terça-feira, 28 de maio de 2013

Dos filmes, livros e memórias - inspirações, expirações...


Acordei com alegria estranha
A madrugada me trouxe surpresas - ousei sonhar
Estranho tanto e ao ponto de resgatar no ( não do) passado
O sentimento de euforia a tempos guardado
Tal saudade , posso afirmar
Mudou o rumo das primeiras horas , do acordar
Algumas coisas na memória esquecidas- jamais apagadas
Trouxeram a tona a mulher. 
Corri no espelho, olhei o cabelo, a pele , o olhar
Levei a mão ao peito e ao tornar a fitar o espelho
Era você refletido, bem ali , no meu lugar
Levei a mão ao rosto, já com água e confusão -aturdida
Lembrei de tanto , de uma vida, de cada ir e voltar
O coraçao já não carecia tocar.
O próprio espelho mostrava, sobre a cetim da camisola rendada
Um peito claro ( e intenso)  a pulsar.
Sonhei com você e quase pude te tocar , mas aí já era dia...
Maldita campainha, maldito celular! 








segunda-feira, 27 de maio de 2013

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Pois...

                                                               Imagem internet

"Que lindos bordados não faria ela se não fossem os desgostos que a consomem."
                                                                   R.Magalhães Junior 
                                                                                 

                                                                                             

Barco de papel




Eu não preciso desse juiz e sua  metralhadora destrambelhada
Não está escrito na lei da vida , que nasci pra ser inquerida, machucada
Não preciso de corpo presente, quero vida viva e alegria, se puder- amor
Ninguém me obriga ( se eu não quiser) a viver longe da mulher QUE SOU, com e sem pudor
Ganhei corpo, cresci, aprendi a amar.Meus cabelos dançam e sabem segurar flor
Desejos.... sinto, hora aqui e ali, mas brigar....Prefiro AMAR!
Brigar é coisa de gente que cresceu sem esse poder ( e saber)
Não quero mais uma vida em CAIXA ALTA, sobressaltada ( assombrada)
E se ainda tiver direito de SER, quero amor silencioso, quero ver no olhar
Não preciso nem tocar, porque apredi que tocar é suicídio de amar
que nunca se sabe o que vem, o que esperar.........
Eu não preciso desse julgador, desse dedo sujo apontado pro meu peito
Preciso MESMO é de distancia, de sumir, de direito de ir e vir
Esperança........................................

Quem dera fosse agora um barco desses de papel

E um último desejo , se não fosse demais, pedir:
que correnteza qualquer me leve, pra qualquer lugar longe 
BEM LONGE daqui

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Falando através de musica séria ( no vácuo deixado não cabe o termo "brincar"...)


Ao menino Caio  

                     Pra suavisar o peso ( das correntes...)                                                      Foto: Flávia Calado

***

Saiu da cadeia sem um puto
Sol na cara monstruoso
Ele é da alma "trip" dos malucos
Belo, mas nunca vaidoso
Um dia comparado a mil anos
Saiu lendo o Evangelho
Vida e morte valem o mesmo tanto
Evolução do novo para o velho
Puxava seus cabelos desgrenhados
Vendo a vida assim fora da cela
Não quis ficar ali parado
Aguardando a sentinela
A vida parecia reticente
Sabia do futuro e do trabalho
Lembrou de sua mãe já falecida
Verdade era seu princípio falho
Pensando com rugas no rosto
Olhava a massa de cimento
A sensação da massa fresca
Transmitia às mãos o seu tormento
Trabalhava, ganhava quase nada
Fazendo frio ou calor
Difícil era quem aceitasse
Um cara que já matou
Se olhou como um assassino
No espelhinho da construção
O que viu foi sua cara de menino
Quando criança com seu irmão
Aonde anda seu irmão?
Em algum buraco pelo chão
Ou frequenta alguma igreja
Chamando a outros de irmãos
Sábios não ensinam mais
Refletiu sua sombra magra
Com o pouco que raciocina
Ele orava, ele orava
Mas o Cristo de madeira não lhe dizia nada
Mas o Cristo de madeira não lhe dizia nada
Mas o Cristo, brincadeira, não lhe dizia nada


                                 Ana Carolina