sábado, 23 de fevereiro de 2013

E choveu o ano inteiro....





Choveu!
Choveu cor mas choveu...
Como explicar o que embassa a alma?
No acerto do contraditório peito 
( que de longe, adivinhara)

O primeiro momento seria essencial
Calar, engolir, travar , emudecer
E veio a ferro, a fogo , a brasa , lancinante
A dor que não poderia acontecer

Choveu!
 E foram gotas de sangue
Guardado na garganta e no silêncio
devastando e de tanto, entorpecendo
Dentro de peito esmagado, pulsante

O GRITO louco, mudo, Calado....
De tudo que não foi chorado
Desconcertante modo de sofrer
Sentindo agora pelo corpo a escorrer

E choveu torrencialmente
Tudo aconteceu em fração de segundos
toda a vida foi passada á sua frente
De tantos anos esquecidos,nulos

Uma tontura se fez circular
tal qual se fez mais perfeita 
que a loucura de Michelangelo,
a provar sua amargura , a rodar...
E ela fechou os olhos, simplesmente 
Fez colorir-se em dor para camuflar
fez doer em cor para desfaçar

Mas choveu...
E foi de doer pra danar.


                                                                                                  Flávia