Choveu!
Choveu cor mas choveu...
Como explicar o que embassa a alma?
No acerto do contraditório peito
( que de longe, adivinhara)
( que de longe, adivinhara)
O primeiro momento seria essencial
Calar, engolir, travar , emudecer
E veio a ferro, a fogo , a brasa , lancinante
A dor que não poderia acontecer
Choveu!
E foram gotas de sangue
Guardado na garganta e no silêncio
devastando e de tanto, entorpecendo
Dentro de peito esmagado, pulsante
O GRITO louco, mudo, Calado....
De tudo que não foi chorado
Desconcertante modo de sofrer
Sentindo agora pelo corpo a escorrer
E choveu torrencialmente
Tudo aconteceu em fração de segundos
toda a vida foi passada á sua frente
De tantos anos esquecidos,nulos
Uma tontura se fez circular
tal qual se fez mais perfeita
que a loucura de Michelangelo,
que a loucura de Michelangelo,
a provar sua amargura , a rodar...
E ela fechou os olhos, simplesmente
Fez colorir-se em dor para camuflar
fez doer em cor para desfaçar
Mas choveu...
E foi de doer pra danar.
Flávia