terça-feira, 9 de abril de 2013

Alcântara - Maranhão (parte 2) .


É momento contado com cuidado.Como se fosse Cordel só que sem versos (6) contados. Nem por rimas, equilibrado. É história bem (ou mal) explicada.




Dai perguntou com voz embargada e seus olhinhos castanhos quase a pedir um " não".
Se aquele tronco que parecia agonizar solidão - o látego do triste e desonroso passado, a cada turista , a paz , irromper, 
Se era lugar de açoite , de humilhar , de morrer... 
Com receio tamanho da história ,invadir.
Contrapondo inclusive, o guia ( a explicar). 
Disse-lhe sem querer dizer que até bem pouco tempo, tempo ruim de viver.
Quer fosse tronco, campo, templo ou rua .... o negro apanhava em qualquer lugar. 
E haviam várias formas de " bater". 
Quando enfim consegui seus olhinhos, fitar 
Vi quanta dor sentia meu filho que , de turista ,
passou a imediato inimigo do passado que jamais poderia mudar . 
Queria saber mais da história , da verdade. 
E já não era mais visitante indiferente. 
Era valente moço defensor - indignado. 
Do povo sofrido e perseguido de um passado presente. 
Tal qual os versos de Souzandrade - esquecidos.... 

"Então deixa eu tentar entender mãe...Essa gente sobrevive hoje de sua triste história? Nada de Genipapo, batalhas na memória?". 

Mas ... como se ainda não bastasse, arrematou sem piedade, a pergunta 'de lascar' : 

" e se eu fosse branco, deixaria acontecer?".

 E foi essa a deixa perfeita, para de Gilberto Freyre , lembrar. 
Subtraindo da miscigenação , a vergonha, o lembrei
que em sendo pardo ,descendia também do índio e do negro. 
Que pelo caráter questionador , seria tal qual Zumbir , bravo pardo guerreiro ( foi o que me veio...)

 E uma mãe a seguir cabisbaixa ,Calada , encabulada.

 E duas mãos mais que nunca, enlaçadas........


(Igreja Matriz de São Matias e Pelourinho . Alcântara - Município que integra a região metropolitana de São Luis, no Maranhão.)



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