É momento contado com cuidado.Como se fosse Cordel só que sem versos (6) contados. Nem por rimas, equilibrado. É história bem (ou mal) explicada.
Dai perguntou com voz embargada e seus olhinhos castanhos quase a pedir um " não".
Se aquele tronco que parecia agonizar solidão - o látego do triste e desonroso passado, a cada turista , a paz , irromper,
Se era lugar de açoite , de humilhar , de morrer...
Com receio tamanho da história ,invadir.
Contrapondo inclusive, o guia ( a explicar).
Disse-lhe sem querer dizer que até bem pouco tempo, tempo ruim de viver.
Quer fosse tronco, campo, templo ou rua .... o negro apanhava em qualquer lugar.
E haviam várias formas de " bater".
Quando enfim consegui seus olhinhos, fitar
Vi quanta dor sentia meu filho que , de turista ,
passou a imediato inimigo do passado que jamais poderia mudar .
Queria saber mais da história , da verdade.
E já não era mais visitante indiferente.
Era valente moço defensor - indignado.
Do povo sofrido e perseguido de um passado presente.
Tal qual os versos de Souzandrade - esquecidos....
"Então deixa eu tentar entender mãe...Essa gente sobrevive hoje de sua triste história? Nada de Genipapo, batalhas na memória?".
Mas ... como se ainda não bastasse, arrematou sem piedade, a pergunta 'de lascar' :
" e se eu fosse branco, deixaria acontecer?".
E foi essa a deixa perfeita, para de Gilberto Freyre , lembrar.
Subtraindo da miscigenação , a vergonha, o lembrei
que em sendo pardo ,descendia também do índio e do negro.
Que pelo caráter questionador , seria tal qual Zumbir , bravo pardo guerreiro ( foi o que me veio...)
E uma mãe a seguir cabisbaixa ,Calada , encabulada.
E duas mãos mais que nunca, enlaçadas........
(Igreja Matriz de São Matias e Pelourinho . Alcântara - Município que integra a região metropolitana de São Luis, no Maranhão.)