Um presente pra lá de especial...

Era o início dos anos 80 (ou final dos 70) e estava acontecendo um festival na cidade em  que sua família, recém chegada de Brasília e já bem adaptada na Breno Pinheiro, passava os finais de semana a reunir-se para boas conversas nas casas dos vizinhos que eram amigos- irmãos. E de repente um disco na radiola da casa, toca uma música tão linda que mesmo com pouca idade, a menina largou os amigos, os brinquedos e correu pra perto do eletrônico antigo de onde saia a linda melodia, que chamou atenção primeiro pelo instrumento que parecia ser um bandolim e depois veio a letra.... 
O tempo passou, ela buscou e ninguém sabia que música era aquela que ela cantava e pedia pra ganhar, com apenas um refrão meio torto , errado e sem rumo gravado na mente. 
Passados quase 30 anos ou mais, um amigo músico diz a ela em meio a uma conversa sobre Festivais , finalmente, de quem é a música , que ao cantar um trecho meio sem querer, provocou surpresa e alegria pois a muito já havia desistido de procurar e sem demora,  um outro grande amigo a presentou com a melodia tão marcante e em mais de uma versão.
Feliz? Muito! Ouvindo sem parar... E ela adora  na voz da mulher porque foi a primeira que ouviu e marcou lá atrás, no tempo...
A música? Fala de labirintos da ilusão , de um passarinho na mão ,de fruta doce,  de sol , de um tempo que ficou pra trás. De bem querer...

Pois vai lá " Passarinho, voa, voa por outros quintais e se desfaz nos labirintos na imaginação. Ela só quer de novo um tempo que ficou pra trás. Estende a mão mas só recolhe um resto ilusão." 

Como é bom ter amigos! 


" Naquele tempo era o sol, 
um passarinho escondido na minha mão.
Era um quintal de sorrisos 
A fruta doce madura no coração
Naquele tempo era um campo
Era uma chuva na telha, era um prazer
Uma centelha , um espanto
Um bilheteiro , uma rosa , meu bem querer

Um passarinho voa, voa por outros quintais
E se desfaz nos labirintos da imaginação
Ela só quer de novo um tempo que ficou pra trás
Estende a mão mas só recolhe um resto de ilusão 

Era um vampiro na porta
Uma pontada no peito
Era o amor!
Era um soluço abafado
Um sonho cor do pecado
Era uma dor!

Um passarinho voa, voa por outros quintais
E se desfaz nos labirintos da imaginação 
Ela só quer de novo um tempo que ficou pra trás
Estende a mão mas recolhe um resto de ilusão

Naquele tempo era doce
Era uma fruta sorrindo na minha mão
Hoje é quintal esquecido 
Um passarinho ferido no coração

Um passarinho voa, voa por outros quintaaaaais........."

George Mendes e José Paulo Cunha

Obrigada , Zah!